segunda-feira, 21 de março de 2011

Governo amplia corte no Orçamento em R$577 milhões

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal anunciou nesta segunda-feira um corte adicional de 577 milhões de reais no Orçamento de 2011, o que eleva o valor do contingenciamento para 50,7 bilhões de reais.
'O novo ajuste foi resultado de alterações em parâmetros macroeconômicos, comportamento da arrecadação no mês de fevereiro e previsão de reajuste da tabela do Imposto de Renda em 4,5 por cento', afirmou o Ministério do Planejamento em um comunicado.
O corte foi anunciado no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. Em fevereiro, o governo já havia determinado um contingenciamento de 50,1 bilhões de reais no Orçamento para 2011.
Segundo a pasta, houve uma redução da receita total em 1,2 bilhão de reais, decorrentes da previsão menor de arrecadação, diminuição da projeção de pagamento de dividentos por estatais e a redução na expectativa de arrecação de outras receitas.
Devido à alteração no valor das receitas administradas, o ministério reduziu em 678,2 milhões de reais as transferências a Estados e municípios.
No relatório, foram mantidas em 5 por cento as estimativas de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) e da alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano.

OMS alerta sobre 'séria' radiação nos alimentos no Japão

TÓQUIO (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que a radiação nos alimentos após o terremoto que danificou uma usina nuclear no Japão é mais séria do que anteriormente imaginado, eclipsando sinais de avanço na batalha para evitar um derretimento catastrófico nos reatores.
Engenheiros conseguiram conectar cabos de energia a todos os seis reatores do complexo de Fukushima, 240 quilômetros ao norte de Tóquio, e ligaram uma bomba de água em um deles para reverter o superaquecimento que desencadeou a pior crise nuclear mundial em 25 anos.
Mais tarde alguns trabalhadores foram retirados de um dos reatores mais seriamente danificados quando uma fumaça emergiu brevemente do local. Não houve nenhuma explicação de imediato para a fumaça, mas autoridades haviam dito anteriormente que a pressão no reator 3 está aumentando.
Também foi vista fumaça no reator 2.
O sismo e o tsunami de 11 de março deixaram mais de 21 mil mortos ou desaparecidos e custará 250 milhões de dólares a uma economia já combalida, o que representa o desastre natural mais caro do mundo.
O chefe da agência atômica da ONU disse que a situação nuclear continua muito séria, mas que será resolvida.
'Não tenho dúvida de que esta crise será superada eficientemente', declarou Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em uma reunião do comitê de emergência.
'Vemos uma luz para sair desta crise', disse uma autoridade do governo japonês citando o primeiro-ministro Naoto Kan.
Mas as notícias de progresso na usina nuclear foram eclipsadas pela preocupação crescente de que partículas radioativas já liberadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água.
'Está claro que a situação é séria', disse Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional do Pacífico Oriental da OMS sediado em Manila, à Reuters em uma entrevista por telefone.
'É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema pode estar limitado a 20 ou 30 quilômetros... é seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação.'
Ele disse entretanto não haver evidência de que alimentos contaminados oriundos de Fukushima tenham chegado a outros países.
Fukushima é o pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl, mas há sinais de que seja bem menos grave do que a tragédia ucraniana.
'As poucas medidas de radiação relatadas nos alimentos até agora são muito mais baixas do que ao redor de Chernobyl em 1986, mas o quadro total ainda está emergindo', disse Malcolm Crick, secretário do Comitê Científico dos Efeitos da Radiação Atômica da ONU à Reuters.

ONU rejeita pedido da Líbia para reunião de emergência

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da ONU rejeitou na segunda-feira um pedido da Líbia para realizar uma reunião especial sobre os ataques aéreos ocidentais contra o país, iniciados depois que a entidade impôs uma zona de exclusão aérea em seu território, disseram diplomatas.
Em vez da reunião, o conselho decidiu simplesmente apresentar um comunicado do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que já estava planejado para quinta-feira, sobre como está sendo implementada a resolução que criou a zona de exclusão para proteger os civis no conflito interno da Líbia.
Aviões norte-americanos, britânicos e franceses lançaram ataques aéreos e dispararam mísseis no fim de semana para desmantelar as defesas aéreas líbias e impedir a aproximação das forças do governo da cidade de Benghazi, no leste, e de outras localidades tomadas pelos rebeldes.
Diplomatas disseram que o chanceler líbio, Moussa Koussa, havia escrito ao conselho no fim de semana pedindo que a entidade formada por 15 países realizasse uma sessão de emergência para debater a 'agressão militar' contra a Líbia.
A China, que preside o conselho neste mês, convocou na segunda-feira uma reunião para consultas a portas fechadas a fim de analisar a carta. O Brasil é membro temporário do órgão.
'O conselho se reunirá na quinta-feira para receber o relatório do secretário-geral sobre a implementação da Resolução 1973 e, então, discutirá a situação na Líbia', afirmou um diplomata do conselho, falando sob a condição de manter o anonimato.