sexta-feira, 16 de março de 2012

Conexão ultrarrápida do novo iPad não funcionará no Brasil; tablet só suportará 3G Guilherme Tagiaroli Do UOL, em São Paulo


Como novidade, a terceira geração do iPad, que começa a ser vendido nesta sexta-feira (16) em dez países, traz um processador gráfico duas vezes superior ao do iPad 2, a tela retina que tem uma superdefinição e também a possibilidade de conectar-se a redes de internet ultrarrápidas de quarta geração (4G). Esse tipo de conexão ainda não está disponível no país. Mas, mesmo quando estiver, terá uma frequência diferente (e incompatível) daquela adotada pelo tablet da Apple.

Ou seja: a não ser que sejam feitas adaptações, o recurso de conexão ultrarrápida do novo iPad não funcionará para os usuários brasileiros. A Apple do Brasil afirma que “quem comprar o novo iPad pode usar nas redes 3G daqui. Lembrando que há também a opção do novo iPad apenas com Wi-Fi”.
No país, apenas conexões à internet 3G e HSPA + (uma evolução do 3G com internet até três vezes mais rápida) funcionarão com o novo tablet. As redes HSPA +, por enquanto disponíveis apenas para Claro e Vivo, chegam a velocidade de download entre 6 e 8 Mbps (megabits por segundo) – o pico (ou velocidade nominal) da tecnologia é 42 Mbps.
A título de comparação, a tecnologia 4G LTE nos Estados Unidos, segundo testes do “New York Times”, tem velocidade que oscila entre 6 e 29 Mbps – superior à velocidade de muitos planos de internet fixa oferecidas no Brasil e muito superior à velocidade 3G, que em solo brasileiro fica na casa do 1 Mbps.
4G fragmentado
A faixa reservada para a tecnologia no Brasil, que ainda será leiloada entre as operadoras, é de 2,5 GHz. As frequências para conexão ultrarrápida no novo iPad são de 700 MHz e 2,1 GHz – incompatíveis com o futuro padrão brasileiro.

“O novo iPad, tal como ele é vendido nos Estados Unidos, não funcionará no Brasil, mesmo com a implementação de redes 4G no país. Ele foi feito especificamente para o mercado americano e canadense”, explicou Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas (associação de provedores de serviços e fabricantes de telecomunicações).

De acordo com Rojas, a tecnologia 4G ainda está muito fragmentada. As faixas de frequência para este tipo de conexão móvel ultrarrápida variam muito entre os países, em função de como os governos passaram a distribuir espectro para as operadoras locais. Como o Brasil, pelo menos mais dois países (Colômbia e China) já têm espectro igual ao que vai ser leiloado no Brasil para 4G.
“Para que o aparelho funcione com 4G brasileiro talvez a Apple apresente um aparelho específico para mercados cuja rede 4G opere na faixa de 2,5 GHz”, opinou Rojas.
A presidente Dilma Rousseff, durante pronunciamento na feira alemã de tecnologia Cebit, disse que as faixas para redes 4G serão licitadas em maio. Segundo ela, até o fim de 2013, as cidades-sede da Copa já deverão ter conexões 4G.

Cartões: limitação das tarifas cobradas faz anuidade subir até 270%, diz ProTeste


SÃO PAULO - Com a padronização e a limitação para até cinco tarifas que podem ser cobradas nos cartões de crédito, o consumidor passou a pagar mais pela anuidade. Segundo a ProTeste - Associação de Consumidores, a aumento chegou a 270% no caso do cartão American Express Blue, na comparação entre os valores de 2010 e 2011.
A associação também identificou um aumento de 166% na anuidade do cartão Reward do Santander e de 131% no Ibicard Gold do banco Ibi.
Alta foi generalizada, conforme mostra tabela abaixo:
Aumento das anuidades dos cartões entre 2010 e 2011
BancoCartãoAumento da anuidade (%)
Bradesco American Express Blue270,37%
Santander Reward166,67%
Ibi Ibicard Gold131,58%
HSBC Platinum Visa88,89%
Santander Flex Nacional81,82%
Itaucard Internacional60%
Banrisul Banrisul Gold50%
Fonte: ProTeste

Defesa do consumidor
A ProTeste irá enviar uma carta à Casa Civil e ao DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) informando que, além das taxas elevadas de juros, o consumidor está sendo penalizado com a alta no preço da anuidade.
A pesquisa também revelou que, antes da padronização das tarifas, havia mais cartões com anuidades gratuitas.
“As instituições usavam a anuidade zero como um chamariz para o consumidor e compensavam essa perda de receita com a cobrança de outros serviços” diz o estudo.
A ProTeste aconselha que o consumidor fique atento à nova data de renovação da anuidade e negocie com a administradora a redução dos valores cobrados e até a isenção, informando que, caso contrário, fará o cancelamento.
Outra dica é comparar os preços comprados entre as concorrentes e avaliar os benefícios ofertados.
O que dizem as instituições
O HSBC informou, por meio de sua assessoria, que padronizou diversas tarifas relacionadas a cartões de crédito em decorrência da Resolução 3919/2010 do Bacen (Banco Central do Brasil), que consolida as normas sobre cobrança de tarifas, e revisou todo o seu portifólio de cartões de créditos, buscando adequar o valor da tarifa de anuidade aos benefícios ofertados no produto.
O Santander, por sua vez, informou que oferece para seus clientes um benefício de 50% de desconto no primeiro ano da anuidade do cartão Reward. Segundo o banco, dessa forma, a comparação dos valores da anuidade deve ser no primeiro ano, de R$ 60 em 2010 para R$ 80 em 2011, ou nos anos seguintes, de R$ 120 em 2010 para R$ 160 em 2011, o que representa um aumento de 33% em ambos aos casos.
Já o Bradesco informou que os cartões American Express passaram por um reposicionamento no mercado. “O produto ganhou um novo programa de fidelidade, com mais benefícios ao cliente. Neste processo de reposicionamento, os portadores do cartão tiveram 50% de desconto na anuidade do produto”, explicou.
Com relação ao cartão Ibicard Gold, o Banco Ibi informou que não irá comentar sobre o assunto.
Até o momento da publicação dessa matéria, a assessoria do banco Itaú não manifestou posição com relação ao aumento na anuidade do cartão Internacional.