sábado, 21 de abril de 2012

Bradesco e Itaú seguem concorrentes e anunciam redução das taxas de juros Instituições vão cobrar menos por dinheiro emprestado a empresas e a correntistas

O Bradesco e o Itaú seguiram a recomendação do governo e anunciaram nesta quarta-feira (18) a redução dos juros para clientes pessoa física e jurídica. A medida está em linha com as diminuições das taxas adotadas, primeiro, pelos bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e, depois, por HSBC e Santander.

BC decide nova taxa de juros. Entenda efeito no bolso

Juntos, Itaú e Bradesco vão oferecer seis linhas de crédito com juros menores para os clientes pessoa física. Em comunicado, o Bradesco informou que as linhas de crédito beneficiadas com a queda dos juros para pessoa física são financiamento de veículos, crédito pessoal, crédito consignado ao aposentado e aquisição de bens. 

No crédito pessoal, os juros diminuem de 2,66% para a partir de 1,97% ao mês. Na linha de crédito para a compra de bens, a taxa foi reduzida de 3,54% para a partir de 2,97% ao mês. 

No financiamento de veículos, a taxa que era de 1,35% passou a ser a partir de 0,97% ao mês. Já nas operações de crédito consignado ao aposentado do INSS, o Bradesco reduziu a taxa de 1,32% para a partir de 0,90% ao mês. 

Para os cartões de crédito, as taxas para parcelamento terão juros a partir de 2,49% ao mês, com prazo de até 24 meses para saldar a dívida. 

No caso das micros e pequenas empresas, o banco vai liberar R$ 1 bilhão para capital de giro e crédito para a compra de máquinas e equipamentos. Nesta linha de crédito, a nova taxa é de 2,9% ao mês, enquanto que a anterior era de 5,56%. 

Em nota, o Bradesco afirmou que "sua estratégia é valorizar o relacionamento com os clientes, além de oferecer atrativos a potenciais novos parceiros". 

Além disso, os juros mais baixos "possibilitam e facilitam a inclusão bancária da população brasileira e não há exigência de outras contrapartidas, somente o processo natural de aprovação de crédito e a adesão do cliente ao produto em sua conta-corrente".

Itaú

O Itaú reduziu as taxas para financiamento de veículos e do crédito consignado INSS. No caso do financiamento de veículos, a taxa mínima cai para 0,99% ao mês, mas só vale para correntistas há mais de um ano. Além disso, o cliente tem que dar 50% de entrada e parcelar o restante em até 24 meses. 

Nos empréstimos consignados para beneficiários do INSS, a taxa mínima foi reduzida para 0,89%, e a máxima, para 2,2% ao mês. As novas taxas passam a valer a partir da próxima segunda-feira (23). 
O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou, em nota, que "em linha com as reduções da taxa básica de juros pelo Banco Central e com o cenário de crescimento econômico positivo para o País no segundo semestre de 2012, anunciamos estas reduções de taxas". 

- Desta forma, com a redução dos spreads, acreditamos que damos mais uma contribuição para o processo de transformação e desenvolvimento nacional.

Para as micro e pequenas empresas, o Itaú diminuiu as taxas mínimas do cheque especial (LIS) para a partir de 1,95% ao mês. No capital de giro, os juros serão a partir de 1,14% ao mês, e, em desconto de duplicatas e cheques, a partir de 1,29% ao mês. 
Na antecipação de recebíveis de cartões, a taxa mínima passa a ser de 1,05% ao mês. Hoje o volume de crédito disponível para este segmento é superior a R$ 70 bilhões.

Conta-salário
Os clientes que já recebem o salário pelo banco e os brasileiros que trocarem a conta-salário para o banco terão juros reduzidos em diversas linhas de crédito. 

No cheque especial, a taxa cai para 1,95% ao mês e, no cartão de crédito, o rotativo passará a ter taxas mínimas a partir de 3,85% ao mês.

Corte de juros

Na última terça-feira (17), o Santander anunciou redução de juros em linhas de financiamentos a pequenos empresários. Na semana passada, o HSBC foi o primeiro banco privado a aderir às reduções dos juros. 

Os primeiros bancos a cortar os juros para pessoas físicas e empresas foram o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, numa ofensiva do governo para forçar queda no spread bancário (a diferença entre o que os bancos pagam para captar o dinheiro e o tanto que cobram dos clientes).
Veja as novas taxas de juros cobradas pelos bancos brasileiros*
Após apelo do governo, crédito para empresas e correntistas está mais barato
Nova taxa de juros Nova taxa de juros
Crédito Consignado do INSS
Cartões de Crédito
Financiamento de Veículos
Cheque Especial
de 0.85% a 1.8%
a partir de 3%**
de 0.99% a 2.65%
não informado
 Crédito Consignado do INSS
Cartões de Crédito
Financiamento de Veículos
Cheque Especial
de 0.84% a 1.8%
de 2.85%** a 9.47%
de 0.98% a 2.25%
de 1.35% a 4.27%
Nova taxa de juros Nova taxa de juros
Crédito Pessoal
Crédito Consignado
Financiamento de Veículos
Cheque Especial
de 1.99% a 5.93%
de 0.99% a 4.7%
de 0.98% a 2.55%
de 1.39% a 9.98%
 Giro de Cartões
Duplicatas
Recebíveis de cartões
Cheques
de 1.54% a 3.12%
de 1.99% a 2.97%
de 1.5% a 2%
de 1.87% a 2.49%
Agora* Agora*
Crédito Pessoal
Crédito Consignado para Aposentado
Cartões de Crédito
Financiamento de Veículos
Crédito para compra de bens (CDC)
Capital de Giro (empresas)
a partir de 1,97%
a partir de 0,9%

a partir de 2,49%
a partir de 0,97%
a partir de 2.97%

a partir de 2.9%
 Crédito Pessoal
Crédito Consignado para Aposentado
Cartões de Crédito**
Financiamento de Veículos
Cheque Especial**
Cheque Especial para empresas
Capital de Giro (empresas)
Desconto de duplicatas e cheques (empresas)
Recebíveis de cartões (empresas)
de 0.89% a 2.20%
a partir de 3.85%

a partir de 0.99%
a partir de 1.95%
a partir de 1.95%
a partir de 1.14%

a partir de 1.29%

a partir de 1.05%

Dicas para pagar menos juros
1º - Fale com o gerente e pergunte sobre as menores taxas. Nem sempre o banco enquadra o cliente automaticamente na nova linha de crédito
2º - Caso seu banco não ofereça taxa satisfatória, procure outros bancos e pesquise as taxas de juros
3º - A taxa de juro varia de cliente para cliente. Para decidir a taxa, o banco leva em conta fatores como tempo de relacionamento e forma de uso do crédito
*Taxas ao mês
**Com conta-salário
***Somente para empresas
Fontes: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Santander, Itaú-Unibanco, HSBC e Bradesco

Baixa do juro é possível porque cortamos margem, diz CEF

O corte dos juros é possível porque a Caixa Econômica Federal decidiu reduzir suas margens de lucro nas operações de crédito. Mesmo assim, o ganho do banco projetado para o ano de 2012 será, pelo menos, igual ao registrado em 2011. A afirmação é do vice-presidente de pessoa física do banco, Fábio Lenza. "Toda nossa programação é para não diminuir o lucro". Em entrevista à Agência Estado, o executivo afirmou que toda a redução dos juros que vigora há quase duas semanas foi possível porque o banco público decidiu reduzir a fatia destinada ao lucro nos empréstimos e financiamentos. "Toda a redução foi em cima da margem líquida", explica. "Em uma operação de crédito, temos os custos como da captação, inadimplência e impostos. O que sobra é o lucro e resolvemos repassar um pedaço desse ganho para os nossos clientes". Apesar de cortar o próprio ganho, a Caixa prevê que o lucro líquido de 2012 será, no mínimo, semelhante aos R$ 5,2 bilhões acumulado em 2011. "Não há redução do lucro. Toda a nossa programação, as curvas projetadas de crescimento e estudos indicam isso, mesmo com o corte de juros", afirma o executivo. Lenza explica que os ganhos permanecerão no patamar porque o banco irá emprestar com juros menores, mas para mais pessoas. Pelas estimativas da casa, serão adicionados 2 milhões de novos clientes durante o ano e, até dezembro, a Caixa quer terminar como terceiro maior banco no segmento de crédito. Hoje, está em quarto e o Bradesco ocupa a terceira posição. Sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir novamente o juro básico da economia, Lenza disse que, por enquanto, a Caixa não prevê alteração das taxas para os clientes. Segundo ele, os juros são calculados no banco conforme o mercado de juros futuros e a redução dos juros anunciada na quarta-feira já era amplamente esperada.