quinta-feira, 2 de junho de 2011

Na final! Santos empata com o Cerro no Paraguai com sorte e competência Gol contra, defesas de Rafael, expulsão de Dracena. Peixe sai na frente, leva empate, sofre pressão, mas garante vaga na decisão da Libertadores

A final chegou! Os Meninos da Vila, comandados por Neymar, estão na decisão da Taça Libertadores. A vaga veio depois de muito sofrimento, num empate em 3 a 3 com o Cerro Porteño-PAR, nesta quarta-feira, em Assunção. Mas, enfim, é a chance de conquistar a competição mais cobiçada do continente, oito anos depois. Em 2003, o time de Diego e Robinho perdeu o título para o Boca Juniors. Agora, Neymar e seus "parças" tentarão levar o Alvinegro ao tão esperado tricampeonato continental - os dois primeiros foram em 1962 e 63, com Pelé em campo.
Mas para que a vaga viesse foi necessário sofrer muito. O anfitrião, apoiado por 25 mil torcedores incansáveis que lotaram o estádio General Pablo Rojas, fez trapalhadas e deu chances ao Peixe. O time da Vila Belmiro terminou o primeiro tempo vencendo por 3 a 1, uma vantagem que parecia bem confortável. Ilusão. A reação paraguaia na etapa final foi exemplar, mas insuficiente. O Alvinegro impediu a virada com sorte, competência, talento de Neymar e muita qualidade do goleiro Rafael. O Cerro teve seu esforço reconhecido: foi aplaudido ao fim da partida. O empate foi suficiente porque o Santos havia vencido o jogo de ida, no Pacaembu, quarta-feira retrasada, por 1 a 0.

O adversário santista na decisão sai do confronto entre Peñarol e Vélez Sarsfield, que fazem o jogo da volta nesta quinta-feira, às 21h50m (de Brasília), no estádio José Amalfitani, em Buenos Aires. A equipe uruguaia, que venceu a primeira partida por 1 a 0, no Centenário, joga com a vantagem do empate. O time argentino precisa vencer por diferença de dois gols, e o placar de 1 a 0 a seu favor levará a decisão da vaga para os pênaltis. Independentemente do adversário, o Peixe tem o direto de jogar a segunda partida em casa porque teve melhor campanha que as duas equipes na fase de gruupos. As finais estão previstas para os dias 15 e 22 de junho.
Para a decisão, a Conmebol exige um estádio com capacidade de, no mínimo, 40 mil lugares, o que descarta a Vila Belmiro. O duelo decisivo pode ser no Pacaembu, onde o Peixe já jogou agumas vezes nesta temporada, ou no Morumbi, onde o time decidiu a Libertadores de 2003.

Sorte e competência ao Santos
Talvez nem o mais otimista dos santistas pudesse prever um primeiro tempo como o desta quarta-feira. Um gol rápido, que esmoreceu o Cerro Porteño. Um gol de Zé Eduardo. Ele mesmo, criticado nas últimas partidas, completou cruzamento de Elano e acabou com um jejum de 14 jogos: dez pela Taça Libertadores e quatro pelo Paulista.

A torcida azulgrana, que fez uma linda festa antes do início da partida, murchou. O otimismo paraguaio foi por terra logo aos dois minutos. Sorte do Santos. Superior tecnicamente, o time alvinegro passou a ter campo para jogar. O Cerro se abriu. Havia um enorme espaço entre os meias e a zaga da equipe de Assunção. Por ali, Danilo e Arouca circulavam livres.
Neymar, até então, não havia acertado lances. Trocava de posições com Zé Eduardo, mas ainda não havia conseguido uma jogada mais incisiva. O Cerro foi para o abafa. O técnico Leonardo Astrada mexeu com apenas dez minutos. Sacou Torres para a entrada do meia argentino Iturbe, lançando o time à frente.
De repente, um chutão. Edu Dracena mandou a bola para cima para afastar o perigo. Não tinha a menor intenção de armar alguma coisa. Só que ela pingou à frente de Neymar. Antes do atacante alcançar, Pedro Benítez tocou de cabeça para o goleiro Barreto. Era só encaixar, mas o camisa 1, numa espanada bisonha, mandou a bola para dentro da sua própria meta. 2 a 0. Agora, o Cerro precisaria de quatro gols. E o goleiro foi anotado na súmula como o autor do gol.
A situação do Peixe era confortável. A do Cerro, desesperadora. Mas um sopro de esperança percorreu as lotadas arquibancadas da Olla Azulgrana, como o estádio do Cerro é conhecido, quando Iturbe cobrou escanteio para César Benítez escorar de cabeça, sozinho. A zaga santista ficou olhando. Neste momento, o estádio "explodiu":
- Si, se puede (sim, é possível)!
Astrada, então, foi para o tudo ou nada. Tirou o volante Burgos e colocou o atacante Lucero. Uma mudança suicida. Abriu-se um imenso buraco atrás da linha média paraguaia. Foi nesse espaço vazio que Arouca arrancou livre para armar a jogada do terceiro gol, marcado por Neymar. Nesse momento, a vaga santista na final da Libertadores era questão de tempo. De 45 minutos e mais os acréscimos.

Pressão: não podia ser tão fácil
Era natural que o Cerro Porteño voltasse para o segundo tempo em cima do Santos. O que não foi normal foi a forma como o Peixe aceitou a pressão. Abusando dos chutões, o time da Vila Belmiro não conseguia acertar dois passes seguidos para sair de trás. O domínio paraguaio logo resultaria em gol, marcado por Lucero.
O jogo da equipe paraguaia se concentrava do lado direito, em cima de Alex Sandro. Havia muito espaço para o contra-ataque santista. O que não havia era qualidade no passe nas saídas de bola. Neymar e Zé Eduardo, longe demais um do outro, não se encontravam em campo. Assim, era Cerro em cima. Cruzamentos na área santista. Um atrás do outro. E o Peixe se segurando.
Para tentar aumentar o poder de marcação de sua equipe e roubar alguma bola no meio, Muricy Ramalho tirou Elano, que já não conseguia armar nada, e colocou Possebon. Em seguida, substituiu Zé Eduardo por Maikon Leite. A estratégia era clara: roubar a bola e explorar os dois velozes jogadores de frente.
A mudança melhorou a marcação santista, mas acabou com o poder de armação de jogadas. Muricy acreditava que Arouca pudesse sair de trás com a bola dominada, como no lance do terceiro gol. O volante, porém, foi mais um a ficar lá atrás, rebatendo bolas. Neymar e Maikon, sozinhos na frente, só viam a bola de longe. Virou um treino de ataque contra a defesa. Faltava ao Cerro, porém, mais qualidade nas conclusões. Quando o time paraguaio conseguiu invadir a área santista, Rafael apareceu. Aos 33, num lance crucial, ele salvou um chute de Cáceres, dividindo a jogada com o adversário usando a mão esquerda. Jogada corajosa.
A pressão era tanta que a defesa alvinegra sucumbiu aos 36. Como entrar na área adversária estava difícil, Fabbro recebeu na meia esquerda, livrou-se de dois marcadores e mandou a bomba certeira de fora. Um golaço! A vantagem do Peixe ainda era enorme, mas foi um baque. Desde que Muricy Ramalho assumiu o comando da equipe, há 15 partidas, o time ainda não havia sofrido sequer dois gols num jogo só.
Virou drama. Jogo de Libertadores. No momento em que o Santos tentava o desafogo, cavando uma falta na entrada da área, Muricy caiu no chão após ser atingido na cabeça por um objeto. Ele chegou a se ajoelhar por causa da dor e precisou de gelo no local. Faltavam dois gols para o Cerro. Cabia ao Peixe segurar os paraguaios. Para aumentar ainda mais a carga dramática do jogo, Neymar ainda acertou a trave na cobrança dessa falta.
Mas o Cerro devolveu carimbando o travessão aos 48, com Cáceres, pouco depois de Neymar finalizar nas mãos de Barreto. O jogo foi quente até os últimos segundos. Edu Dracena ainda foi expulso. E Rafael, no minuto final, segurou o último chute de Fabbro. Ufa! Apito final e a vaga garantida.

Dinheiro manchado do crime

Já era de assustar o número de ataques a caixas eletrônicos em São Paulo, muitos deles com explosões que destroem tudo em volta. Agora, vem à tona que há policiais militares nas quadrilhas de arrombadores. Para piorar, o problema vai afetar diretamente no bolso de todos os brasileiros.
Para tentar desencorajar os bandidos de cometer esse tipo de crime, os bancos instalam um mecanismo que mancha de tinta rosa as notas dos caixas eletrônicos se houver tentativa de arrombamento.
Mesmo que o ladrão consiga roubar o caixa, as notas ficam marcadas. Ou seja, viram prova de um crime. Estima-se que estejam em circulação, hoje em dia, 75 mil dessas cédulas manchadas.
Acontece que agora o Banco Central decidiu que essas notas não serão mais aceitas pelos bancos. Quem receber uma cédula manchada vai, na prática, perder o dinheiro.
Por isso, a partir de agora é importante prestar bastante atenção, porque mesmo uma mancha rosa pequena torna a nota inválida. Quem receber uma delas no banco --em um caixa eletrônico, por exemplo-- tem de reclamar e tentar trocar a cédula na hora.
A medida do governo faz sentido, mas acaba por prejudicar o cidadão que não vir a mancha. Na pressa, nem sempre dá tempo de examinar nota por nota.
Alguns lugares com caixas são escuros, e um monte de gente tem dificuldade para enxergar, em especial os mais velhos.
Para evitar prejuízos para quem é inocente, o governo precisa acabar com as quadrilhas. A polícia investigou e descobriu que são quatro as principais. A punição aos bandidos que também são PMs tem de ser exemplar. Está na hora de implodir esse tipo de crime.