quarta-feira, 22 de junho de 2011

Relação entre bancos e finanças públicas é ‘ameaça séria’, diz Trichet

FRANKFURT - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que as relações entre o sistema bancário da zona do euro e a vulnerabilidade das finanças públicas de alguns países membros representam "a ameaça mais séria para a estabilidade financeira" na União Europeia. A declaração foi feita durante uma conferência do Conselho Europeu de Risco Sistêmico (Cers), do qual Trichet é o presidente.
Ele advertiu para "efeitos potenciais de contágio em toda a União Europeia e além dela" a partir dos vínculos entre finanças públicas fracas e os sistemas bancários. Para Trichet, também existe um "potencial para reações contrárias significativas", criado por como a qualidade de crédito de devedores soberanos e financeiros é percebida e seu potencial para riscos de contágio.
Na mesma conferência, Andrea Enria, presidente da recém-formada Autoridade Bancária Europeia e segundo vice-presidente do Cers, disse que é necessário estabelecer um teto para a ajuda financeira a ser concedida para instituições públicas ou privadas. Ele também exortou os governos dos países da União Europeia a colaborarem com a nova rodada de testes de estresse para os bancos europeus.
Indagado sobre as pressões para que Lorenzo Bini Smaghi renuncie a seu posto no Conselho Executivo do BCE, Trichet reiterou que os integrantes do Conselho são nomeados para mandatos de oito anos e que o órgão toma suas decisões "em independência total e completa".
Bini Smagni, da Itália, tem mandato até 2013, mas está sendo pressionado a renunciar agora, já que o também italiano Mario Draghi, ex-vice-chairman do Goldman Sachs, deverá ser escolhido para ser o sucessor de Trichet, cujo mandato termina em outubro próximo. A França e outros países da UE não querem dois italianos no Conselho Executivo do BCE. As informações são da Dow Jones. 

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